terça-feira, 25 de setembro de 2007

Desenvolvimento do Mito

Segundo o Dicionário Houaiss, o significado da palavra “Desenvolvimento” é: aumento da capacidade ou das possibilidades de algo; crescimento, progresso, etc. Sob a visão econômica encontramos também a seguinte definição: crescimento econômico, social e político de um país, região, comunidade etc. Já a palavra “Mito” encontrada no mesmo dicionário significa: relato fantástico de tradição oral, sob forma simbólica, lenda, fábula, mitologia. E agora em qual dessas definições estamos apoiando nossas idéias para seguirmos rumo ao nosso idealizado progresso?
É valido lembrar que na prática modifica-se “um pouco” o significado de tal palavra. Atualmente convencionou-se chamar de desenvolvimento econômico, a capacidade de buscar o padrão de consumo dos países desenvolvidos (ricos), ou seja, a idéia que tal processo trará aos povos em desenvolvimentos (emergentes ou pobres) a possibilidade de que algum dia, os mesmos desfrutarão dos modos de vida dos atuais povos ricos, porém isso será uma realidade?Atualmente esse processo rumo ao progresso com certeza é reduzido a categoria de mito, basta pensarmos nos reais propósitos da louvação dada a este desenvolvimento.
A idéia de desenvolvimento econômico passou a ser a seguida e reproduzida como uma meta após a evolução do capitalismo globalizado juntamente com a invasão do mercado financeiro nos sistemas econômicos nacionais e, conseqüentemente, com o aumento do protecionismo a certos setores econômicos.
Os níveis de consumo que prevalecem atualmente nos paises do norte não têm cabimento dentro das possibilidades evolutivas reais desse sistema. O guia geral do processo de desenvolvimento é a busca constante pela elevação do nível de consumo das populações, porém os efeitos diretos e indiretos gerados por tal elevação, como a poluição e a pressão sobre os recursos naturais, provocariam um colapso na economia mundial.
Além disso, o modelo utilizado para projetar a economia mundial chega a ser irreal, uma vez que não leva em conta os efeitos de longo prazo. A estrutura deste modelo é a adotada pelos países que lideram a economia mundial, sendo assim, obter um padrão de vida moderno passou a significar acumulação de capital e facilidade de acesso aos bens finais.
O produto desta crescente acumulação e intensificação do comercio internacional é o aumento exponencial da produtividade, que por sua vez aumenta o fluxo de excedentes e acabam sendo utilizados para maior acumulação geográfica de capital e capacidade de consumo.
Através das reformas industriais ocorridas no sistema capitalista no último quarto de século as empresas norte-americanas eram as que possuíam melhores condições para aproveitar as novas oportunidades criadas. Com isso as relações com a os paises centrais (países do norte) se tornaram assimétricas ao longo dos tempos e a expansão do sistema, iniciada pelos mesmos, passou a depender cada vez mais do acesso às fontes desses recursos, localizadas em paises periféricos.
A idéia de desenvolvimento econômico foi utilizada para explicar e fazer compreender a necessidade de destruir o meio físico, para justificar as formas de dependência que reforçam o caráter predatório do sistema produtivo. Desta forma quando um governo atinge metas de desenvolvimento econômico ele tem seu nível de aprovação multiplicado e suas atrocidades sócio-ambientais (normalmente realizadas para atender a tal processo de crescimento econômico) são “esquecidas”. É como se todo este sacrifício viesse por uma causa justa!
Graças a essa idéia é possível desviar a atenção da tarefa básica de identificação das necessidades fundamentais da coletividade e das possibilidades que abrem ao homem o avanço da ciência, para concentrá-las em objetivos abstratos, como são os investimentos, as exportações e o crescimento. Este mito é um dos pilares da doutrina que serve de cobertura à dominação dos povos dos países periféricos dentro da nova estrutura do sistema capitalista.
Dados recentes publicados pela Organização Não Governamental WWF, em seu relatório anual sobre a vida no planeta (Living Planet Report 2002), deixam claras as evidencias dessa busca incessante pelo desenvolvimento econômico de vários paises, e seus conseqüentes resultados no meio ambiente.
Segundo o relatório, em menos de 30 anos a biodiversidade de espécies terrestre diminuiu cerca de 15%, a população marinha foi reduzida em cerca de 35% e a de água doce em aproximadamente 55%.
A água doce que dispomos para consumo, advinda de fontes renováveis é aproximadamente de 1% do total existente hoje e só um pouco mais da metade é utilizada. Atualmente cerca de 1,2 bilhões de pessoas não tem acesso à água limpa, ou seja, 1/5 da população mundial.
A estimativa para o número de pessoas para 2050 é de 9 bilhões, neste contexto projeções realizadas pela ONG, estima-se que a emissão de gás carbônico (CO2) passará dos atuais 11,7 bilhões de toneladas para aproximadamente 16 bilhões de toneladas por ano. O consumo de cereais ainda irá crescer cerca de 66%, os de produtos florestais cerca de 120% e o de carne e peixe em torno de 130% até 2050.
Assim, é evidente que o ecossistema não irá suportar a demanda por recursos naturais e, conseqüentemente, o sustento do continuo crescimento econômico e populacional no planeta, evidenciando também que cada vez mais a busca pelo desenvolvimento econômico, nos moldes atuais, tornou-se muito mais um mito do que uma realidade.
Nosso crescimento econômico é baseado nos produtos agropecuários, ou seja, nossos recursos naturais, ou seja, nosso maior patrimônio é explorado e destruído em grande escala a fim de ser vendido a preços definidos por outros mercados.
O crescimento econômico gerado fica concentrado nas mãos de poucos, aumentando ainda mais a nossa desigualdade interna. O governo usa a imagem de tal crescimento como sua principal propaganda e assim consegue aprovar leis de seu interesse, que muitas vezes vão contra muitos dos princípios básicos da boa ética governamental, enquanto o povo por sua vez, olha esperançoso acreditando que tempos melhores virão.
Acreditamos com certeza que este tempo virá, mas não desta forma, não buscando a qualquer custo em um mito a possível solução para a realidade.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

INFORMAÇÕES GERAIS

O Brasil tem um mercado livre e uma economia exportadora. Medido por paridade de poder de compra, seu produto interno bruto ultrapassa 1.6 trilhão de dólares, fazendo-lhe a oitava maior economia do mundo e a maior da América Latina em 2006. [1] O Brasil possui uma economia sólida, construída nos últimos anos, após a crise de confiança que o país sofreu em 2002, a inflação é controlada, as exportações sobem e a economia cresce em ritmo moderado. Em 2007, o PIB brasileiro demonstrou um crescimento superior ao que se pensava, mostrando uma economia muito mais saudável e pronta para estrelar junto às outras economias BRICs. O Brasil é considerado uma das futuras potências do mundo junto à Rússia, Índia e China.
Desde a crise em 2002 os fundamentos macro-econômicos do país melhoraram. O real vem se valorizando fortemente frente ao dólar desde 2004, o risco país também vem renovando suas mínimas históricas desde o começo de 2007, e a Bovespa bate recordes de pontos a cada dia. Apesar de sua estabilidade macro-econômica que reduziu as taxas de inflação e de juros e aumentou a renda per capita, diferenças remanescem ainda entre a população urbana e rural, os estados do norte e do sul, os pobres e os ricos. [2] Alguns dos desafios dos governos incluem a necessidade de promover melhor infra-estrutura, modernizar o sistema de impostos, as leis de trabalho e reduzir a desigualdade de renda.
A economia contém uma indústria e agricultura mista, que são cada vez mais dominadas pelo setor de serviços. As recentes administrações expandiram a competição em portos marítimos, estradas de ferro, em telecomunicações, em geração de eletricidade, em distribuição do gás natural e em aeroportos (embora a crise área tenha atormentado o país) com o alvo de promover o melhoramento da infra-estrutura. O Brasil começou à voltar-se para as exportações em 2004, atingindo em 2006 exportações de US$ 137.5 bilhões, importações de US$ 91.4 bilhões e um saldo comercial de quase US$ 46 bilhões.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Diariamente ao lermos os jornais nos deparamos constantemente com a tal expressão: “Desenvolvimento Econômico”, tanto a mídia impressa como a eletrônica, acabaram por incluir em nosso vocabulário tal expressão que atualmente mais parece um jargão popular, mas o que é de fato essa expressão que serve tanto de propaganda para o governo federal e que ao mesmo tempo é tão discutida entre as mais variadas classes de profissionais e a população em geral? Será que realmente o Brasil segue o rumo ao pleno Desenvolvimento Econômico? Ou simplesmente tornou-se um jargão que mais se assemelha a um mito do que a realidade?
Respostas para essas questões virão nos próximos capítulos da série blogger. É só consultar,fiquem atentos!!